sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cartas

Não há absolutamente nenhuma novidade nisto. Vivemos na era das redes sociais, da partilha ao segundo com milhares de pessoas, daquilo que estamos a ver, a experimentar, a gostar ou não.
Daquilo que nos inspira ou que nos revolta.
Comunicar com os outros tornou-se poderoso, viciante e útil, mas também absolutamente banal, permanente e ruidoso.
É por isso que se tornou tão especial receber uma carta de alguém.
Perceber que houve tempo, uma caneta e um papel. Para frases pensadas sem delete, nem copy, nem paste. Houve um envelope, um selo, um marco de correio. Houve a preocupação de nos enviarem mais do que caracteres bem alinhados, linhas tortas sem vergonha de mostrar cruamente a letra por vezes ilegível, as letras rasuradas e a total falta de domínio de qualquer acordo ortográfico.
Uma carta desalinhada, desformatada que se destaca imediatamente ao tacto daquelas bancárias, arrumadinhas, com janela e logo.
Uma carta hoje em dia ilumina-nos um bocadinho o dia.

A amnistia internacional apela às cartas para grandes acções. O apelo continua a fazer sentido para um amigo, para os avós e até para quem vive lá em casa.

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