quarta-feira, 17 de março de 2010

O que se vai lendo


"A publicação regular é um dos traços do seu percurso.

Pois. Mas também não tenho desculpa, não faço mais nada. Alem disso, acabo sempre os livros com a sensação de que não é isto que eu quero, que estou a seguir caminhos que outros já seguiram. Quero fazer o que mais ninguém fez. Às vezes penso que se voltasse atrás apagava todos os livros até O Esplendor de Portugal [o seu 12º romance, de 1997]. Mas é um pensamento completamente idiota, porque se não fossem os primeiros livros eu não existia. Agora que tenho autorizado a tradução dos meus primeiros livros, dizem-me que já lá estava tudo. É possível, não sei. Talvez em bruto. Mas o facto é que mudou muito. E espero que continue a mudar de livro para livro. Que me aproxime cada vez mais do que desejo e nunca chegarei a fazer."


Perguntas e as respostas como esta que tornam muito dificil a decisão de fechar o livro e apagar a luz.São sempre grandes viagens as entrevistas com António Lobo Antunes.

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